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Impacto do isolamento social sobre a saúde mental

Desde a sua descoberta na China ate os dias de hoje, autoridades tentam amenizar os riscos e diminuir o número de óbitos por Covid-19.

Como não temos imunidade para o novo vírus, a necessidade de “obrigar” a população a ficar em casa para que o número de infecções tivesse algum controle foi inevitável.

Por outro lado, a avalanche de problemas individuais ou de relacionamento vieram á tona.

As nações afetadas mais seriamente pelo vírus passaram a registrar históricos números de divórcios e de violência doméstica, pois passamos a ser obrigados a conviver com o que talvez “fugíamos” ou nos “escondíamos” na rotina atarefada, nas horas extras, nos amigos ou nas viagens.

De acordo com especialistas, o impacto dessa fase ímpar na história da humanidade sobre a saúde mental será sentido por muito tempo após o fim da pandemia.

A ansiedade também aproveita esse momento de vulnerabilidade para se manifestar.

Com o isolamento, os recursos para lidar com essa condição também ficam restritos.

Nossas rotinas foram alteradas e sobra tempo para a mente devanear.

Algumas pessoas usavam o esporte, visitavam amigos, trabalhavam em algo que amam como uma maneira de lidar com a ansiedade.

Esses recursos não estão disponíveis no momento.

Como a ansiedade é basicamente um medo irracional de algo que não sabemos descrever, talvez com a pandemia os medos se tornem reais, porém nos vemos sem recursos para lidar com eles.

A própria incerteza sobre o futuro, medo de ser infectado e desenvolver sintomas que podem levar a morte, o temor de estar infectado assintomático e contaminar pessoas que amamos são medos reais e gerais que assolam a população mundial nesse momento.

Talvez estejamos vivendo uma ansiedade coletiva em decorrência do Coronavírus.

Com a introdução de novos comportamentos com o objetivo de diminuir a contaminação pelo vírus, hoje nossa rotina se resume em nos preocuparmos com limpeza, lavagem das mãos, desinfetar ambientes e lutar contra um inimigo invisível.

A questão de inimigo invisível nos remete ao sofrimento dos pacientes que apresentam transtorno obsessivo-compulsivo ( que faz parte do grupo de transtornos de ansiedade), onde a obsessão é caracterizada pelo pensamento intrusivo (por exemplo: você precisa fazer algo para evitar algo terrível) e a compulsão se caracteriza pelo comportamento (para que não aconteça algo terrível, preciso realizar esse ritual, no caso, limpar).

Essa seria a base dessa psicopatologia. Hoje estamos muito preocupados em afastar um mal (vírus), que pode nos levar a morte.

E o que fazemos para prevenir? Limpamos, limpamos e limpamos.

Pode ser que depois que a pandemia passar, alguns não consigam parar de limpar e desenvolvam esse transtorno ou algum outro do grupo da ansiedade, principalmente quando há pré-disposição, histórico clínico e familiar para problemas emocionais ou transtornos mentais.

Devemos estar atentos.

A depressão também, sorrateiramente, tenta fazer parte da vida de mais pessoas através do tempo extra para pensar em assuntos e lembranças que trazem consigo tristeza ou arrependimento.

Para alguns, levantar de manhã e ir trabalhar ou fazer algo fora de casa é o que os motiva para enfrentar a condição.

Não podendo sair de casa e não tendo rotina, podemos ficar mais tempo na cama, quietos, introspectivos, no quarto, sem interagir com familiares ou amigos; cada vez mais introspectivos e declinando em saúde mental.

Prestar atenção no comportamento daqueles que nos circundam também é fundamental.

Uma hipótese que vale a pena mencionar é o fato da relação familiar ser disfuncional ou “tóxica” de alguma forma.

O que levaria o individuo a ficar exposto à negatividade todo o tempo, colaborando para o estado depressivo (que é diferente de estar triste ou “para baixo”, pois estes são estados momentâneos e inerentes ao ser humano).

Como estratégia para superar esse momento difícil, precisamos utilizar todos os recursos disponíveis para superar a nós mesmos e a pandemia.

Devemos estar em contato com nossos amigos e família por telefone, chamadas de vídeo ou qualquer outro meio (desde que não seja pessoalmente), ler livros, assistir t.v., nos exercitar em casa, colocar aquele plano de começar algo em prática (estudar um curso online, iniciar o aprendizado de um novo idioma ou qualquer outra atividade que traga bem estar).

Talvez nossa rotina irá mudar após o fim da pandemia, mas de uma coisa podemos ter certeza: deveremos continuar seguindo em frente e ter aproveitado ao máximo essa parada obrigatória que nos foi imposta para repensar nossa existência, pois, para alguns e suas famílias, esse tempo terá deixado apenas dor, tristeza e luto.

Caso você tenha sido afetado emocionalmente pela pandemia ou tenha se identificado com assuntos mencionados no texto acima, por favor acesse os serviços online disponíveis ou converse com familiares e amigos sobre seus sentimentos.

Procure ajuda!

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