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Autoestima e bem-estar psicológico

“Não posso pensar sobre um único problema psicológico – de ansiedade e depressão até medo de intimidade ou de sucesso, violência doméstica até abuso sexual contra crianças, que não seja vinculado ao problema de baixa autoestima”.

(Branden, 1984)

Pesquisando sobre o tema ao longo dos anos, penso que a melhor e mais simples definição de autoestima é aquela que se resume basicamente no valor que uma pessoa atribui a si mesma.

Sendo assim, caso o indivíduo tenha uma idéia de menos valia e que os outros que o circundam são de certa forma melhores ou possuem atributos que este não pensa possuir, a autoestima será baixa.

O contrário dessa, quando o conceito de autovalor é positivo, as características pessoas e comportamentais são apreciadas pela própria pessoa, a autoestima é considerada alta.

Os termos usados para caracterizar autoestima como baixa e alta” nos remete à idéia geral de alto e baixo, como em uma espécie de escala, onde o baixo e alto significam os extremos desta.

Não ouvimos o termo “autoestima mais ou menos” por exemplo.

Entre alto e baixo temos muitas variáveis que necessitam ser discutidas, principalmente porque a autoestima depende de muitos fatores, sendo o mais importante desses o presente estado emocional.

É muito comum em alguns dias nos sentirmos muito bem, satisfeitos com nossa aparência, com nossos feitos e atitudes.

Em outros, podemos nos sentir mal, como se fôssemos os últimos dos últimos.

Essa oscilação se dá por variantes psicológicas internas e que são consideradas “normais”.

Discutindo um pouco mais a oscilação, essa passa a ser problemática quando ela fica estacionada em um dos extremos: alta o tempo todo ou baixa o tempo todo.

Sabemos que a influência do meio é significante para a autoestima.

É muito difícil para alguém que está inserido em ambientes disfuncionais, tóxicos ou negativos apresentar autoestima adequada, devido ao bombardeio negativo de informações e evocação de sentimentos negativos frequentemente.

Uma criança que sofre bullying por conta de sua aparência física ou por qualquer outro motivo, crescerá com a idéia de que não é capaz de atingir algo positivo, de ter que se contentar sempre com as migalhas que outros oferecem e dificilmente irá ter a confiança suficiente para lutar por seus objetivos mais tarde na vida adulta.

Ainda discutindo esse ataque do meio externo sobre o indivíduo, acredito ser importante mencionar o poder da resiliência humana, que determinará o sucesso, independentemente do fator externo.

Infelizmente esses são exceções, mas para aqueles que estão ainda sofrendo as consequências dos fatores citados acima, gostaria de dizer que, com acompanhamento profissional adequado, uma vida emocional mais próspera pode ser atingida.

Vou iniciar a parte positiva dessa discussão usando o exemplo contrário do bullying (citado acima).

Quando a criança é reforçada positivamente e frequentemente por sua aparência, por seus feitos, é elogiada e encorajada a enfrentar os desafios, os resultados serão revertidos em capacidade de assimilação, facilidade na resolução de problemas, sentimentos de adequação e merecimento do sucesso (que simplesmente podemos chamar de autoestima).

Nunca me esqueço da fala de um dos professores da minha graduação, que disse: “Quando a autoestima depende do meio, ela é baixa. Autoestima positiva vem de dentro”.

Fiquei surpreso.

O que ele quis dizer com isso?

Se sua autoestima depende de elogios externos, alguém para te dizer que está bonito(a), é inteligente, tem um físico atratível entre outros, a autoestima geralmente é baixa por depender sempre de alguém para reforçar o frágil senso de importância.

Da mesma forma como ego e narcisismo podem soar para alguns como autoestima positiva, e na verdade podem esconder sentimentos de inadequação, menos valia e insegurança, a ponto de depender da validação externa para se sentir melhor.

Gostaria de esclarecer que sentir-se bem com um elogio é algo muito normal e prazeroso, porém anteriormente estava me referindo ao fato de “depender” do elogio para enaltecimento.

Um exemplo seria se vestir pensando no que usar para conseguir arrancar elogios para alimentar o ego frágil no sentido de dependência. Esse fenômeno pode ser facilmente notado nas redes sociais, na busca desenfreada por “likes”.

Redes sociais têm escondido os sentimentos humanos e reforçado a fantasia de perfeição em relação a corpo, sucesso, estilo de vida e relacionamentos.

O que, para a autoestima é algo muito ameaçador imaginar e constatar através de imagens que alguém possui uma vida ou o físico muito melhor que a do visualizador.

Pessoas se comparam com outras o tempo todo.

Nessa comparação, naturalmente a autoestima é comprometida.

O observador pode se comparar com atletas, celebridades ou outros que possuem rotinas diferentes e que as imagens são resultado do trabalho deles.
Sendo assim, o observador pode se sentir frustrado por não alcançar tais objetivos, se esquecendo que as condições são totalmente diferentes.

Essa comparação certamente resultará em baixa autoestima e sentimento de menos valia.

Observando principalmente o Brasil, tenho visto como os seguidores se comportam com extrema surpresa quando um dos seus ídolos que se mostravam demasiadamente felizes relatam que sofrem de depressão ou quando o casamento perfeito termina em divórcio da noite para o dia.

Acredito que de um lado temos o expositor com a necessidade de mostrar que sua vida é perfeita (que de perfeita não tem muita coisa) e de outro a audiência, que necessita de alguém que mostre que esse “pote de ouro no final do arco-íris” existe, resultando em descontentamento nas duas partes (discutiremos mais profundamente autoestima e redes sociais em um próximo post).

Somos todos humanos e suscetíveis as mesmas ameaças, independente de conta bancária ou do quanto cada um pesa. Infelizmente estamos vivendo tempos estranhos, onde a necessidade de suprir a expectativa do outro faz com que pessoas se percam nelas mesmas, onde a autoestima é atacada o tempo todo, simplesmente pela comparação com ideais muito distantes da realidade.

Gostaria de esclarecer que sou muito a favor das pessoas terem outras como inspiração; o que resultaria em aumento da autoestima quando resultados são atingidos, porém aqui me referi a necessidade de possuir a vida que o outro tem.

Seja gentil com você mesmo.

Se afaste de tudo que faça você se sentir mal, mesmo que todos estejam fazendo.

Pense fora da caixa e siga suas idéias e intuições sem medo.

Seja feliz!

 

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